Hoje em dia, me considero alguém com poucas vontades. Volta e meia, me sinto à deriva. Sem vontade de fazer absolutamente nada. Apenas ficar em paz, comigo mesmo.
A sociedade neoliberal planta na nossa psique um ideal de que tudo é possível... Basta querer e perseverar! Não, não é assim que a banda toca. Já falei em outras postagens sobre a ilusão na narrativa do protagonismo... E é muito por essa linha.
Frustração e derrotas, fazem parte da vida. Ajuda também a não criar indivíduos narcisistas e egocêntricos. Mas e quando os sinais de vitórias e derrotas não são óbvios? Sim... Quando você acha que deu tudo certo e vem aquela ducha de água fria. Essa é a pior sensação, pra mim.
Tive duas experiências simbólicas, com pessoas, uma em 2012, outra em 2017, que drenaram a pouca esperança que eu tinha com " estar aberto a possibilidades ". Foram situações difíceis de descrever numa postagem, mas que ambas tem uma característica em comum: eu, aparentemente, teria conseguido " tudo". Sim, todo o conjunto de características que meu imaginário formulou, até ali. E vinha aquela questão do " tudo ou nada ", pois não queria arriscar perder.
Nas duas ocasiões, as pessoas usaram de táticas de manipulação e muita mentira. E dormiam tranquilas, no sono dos justos. Numa estratégia quase sádica, comigo mesmo, optei por manter contato com essas pessoas, pra confirmar quem elas eram, de verdade. Poderia ter sido um episódio esporádico. E só o que digo é: quem procura, acha!
Aprendi que:
- O que vem do imaginário, deve permanecer lá e não se tornar realidade;
- Devo desconfiar quando tudo o que queremos cai, aparentemente , no nosso colo. Por que eu?
- Esvaziar esse imaginário, com a verdade, me deixa um pouco oco por dentro. Às vezes, a ignorância é uma benção;
Foram capítulos da minha vida que eu lembrava com alegria. Hoje, tenho vergonha dessas memórias, de não ter enxergado o óbvio, por ser passional. Sinto falta de ter uma inocência até pra interpretar uma lembrança inocente. Que situação, não é mesmo?
Viver numa realidade totalmente lúcida, às vezes é um inferno. Raramente consumo bebidas alcoólicas. Sou fraco demais pra isso. Fico alcoolizado rápido e com pouco. E na verdade é o medo de perder a tal lucidez. Na última vez que bebi vinho, senti a lucidez e meu lado cinzento descansarem um pouco e me vi livre, por alguns momentos. Que bizarro. Era isso que eu sentia, quando era inocente e passional. Era como ser um adulto alcoolizado.
Quanto à letra H e a letra A, continuam pessoas extremamente atraentes e andam por aí iludindo e acinzentando a realidade de pessoas sonhadoras.
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