segunda-feira, 18 de novembro de 2024 0 comentários

Patrulha do relacionamento aberto


Nunca me esqueço de um vídeo da Maria Homem, em que ela fala do mito de que universidade pública é uma zona, no sentido de festas, drogas e sexo. Ela joga no ar uma reflexão que pode doer em muitas pessoas:

- Será que o outro está gozando mais que eu ?

Mas por que começar com esta reflexão dela? Bom, tenho conversado com muitas pessoas, nos apps do Brasil afora, e também com amigos e leitores do blog. Em várias ocasiões, surge o assunto das novas " regras " dos relacionamentos, das aberturas, fechamentos e whiskas sachê... Acontece que o tema relacionamento aberto era muito mais tabu que hoje em dia. No entanto, muito se fala, atualmente, no tema, o que faz surgirem pessoas que se consideram experts ou mesmo que aproveitam a onda pra surfar num falso moralismo.

E tentam te colocar um rótulo, de qualquer jeito:

- Se você vê pornô e transa pouco, tá errado;

- Se você se considera monogâmico e flerta, tá errado ;

- Se você está em apps, como o Grindr, mesmo com o parceiro sabendo, está errado;

- Se você lembra de um ex, com algum desejo, tá errado, pois significa que não deseja o atual;

Bom, eu poderia ficar dias listando os absurdos que ouço e do que as pessoas esperam de comportamentos alheios...

E quando se trata de uma pessoa com quase 40, gorda, PCD e que ainda consegue ficar com mais novos, soa como uma afronta a algumas pessoas. Já cheguei a ouvir algo como:

- Você deveria ser grato por estar num lugar de privilégio ( em ter alguém ) ! Como ousa não estar satisfeito com o que já tem e muitos querem?

Ora, ora, ora. Nisso eu viro pro meu namorado e conto. E pergunto, dando risada, se sou grato. Ele ri e confirma que sim. E é divertido ver pessoas se incomodando tanto ou querendo editar regras nos relacionamentos alheios.

Isso quando não vem aquela bee que quer competir. 

- Me mostra seu namorado. Quero ver se é mais bonito que eu !

Bicha, melhore. Você será apenas a marmita. E tá tudo bem. Ser marmita é vantagem pra muita gente e conheço alguns que até preferem. Nem tudo é sobre protagonismo. Ás vezes deixar este palco, atiça até mais um pouco o flerte.

Voltando aos fiscais de relacionamento aberto, que às vezes querem converter o monogâmico, como se fossem testemunhas de jeov@, estes cidadãos vão ficando cada vez mais ressentidos, ao notar que resisto a entrar nestes rótulos.

- Mas se você tá no app, seu relacionamento é aberto, né?

e respondo:

- Depende. Se for pra alguém que interesse aos dois e se interesse por nós, talvez seja. E talvez deixe de ser a qualquer momento. Não é uma licença, tipo PMO...

E a patrulha do relacionamento aberto já estava com nossas fotos e nomes impressos, pra confeccionar um crachá. Tudo aparentemente gratuito. Não se dêem o trabalho, amigas. Aqui tá tudo bem. E tá tudo bem pra quem nos acha retrógrados, incoerentes e disruptivos. Neste caso, em específico, não vamos nos rotular.

Uma pergunta que gosto de fazer antes de qualquer possibilidade de discussão ou atrito:

- Sou obrigado?

Caso não seja... prefiro não... como faria o célebre Bartleby, de Melville.


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Rainha do shade

 


Amo a Mariah Carey, desde que me entendo por gente e ouço música. Com o tempo, surgiu o rótulo de rainha do shade. Uma forma de denominar a estratégia de ironia/humor/deboche que ela parece usar sempre em suas aparições públicas.

Bom, num blog de astrologia, descobri que o mapa dela se parece muito com o meu. Logo, vi semelhanças também, na estratégia, quase que automática do " shade ". Parece muito com um ataque leve, que também tem um pouco de defesa e usando um pouco do humor, pra não causar grandes estragos. É uma espécie de válvula de escape e tipo " segue o jogo ".

Obviamente, muitas pessoas não lidam bem com esta estratégia. E o balde vai enchendo, até transbordar. Por isso, venho tentado usar o shade com moderação e da forma mais consciente possível. Sim, acredito que abandonar, de vez, seria bem dificil rs.

Como vocês lidam com o shade? Usam? Recebem?





quarta-feira, 6 de novembro de 2024 0 comentários

Se falam de mim...

 


Olá, povo! 

Fiquei com essa idéia matutando e resolvi escrever sobre o que falam sobre nós ( no caso, em especifico, sobre mim ). Durante boa parte da minha vida, eventos como os que vou exemplificar a seguir, ocorreram, com frequência. Tenho 3 exemplos pedagógicos pra compartilhar com vocês :

1- O conselheiro de relacionamentos, sem experiências práticas :

Um amigo de um amigo, se tornou próximo, por volta de 2013. Ele nunca tinha tido um relacionamento e já tinha passado dos 25 anos. Mas sempre tinha respostas prontas e aparentemente cheias de sabedoria, pra aconselhar quem estivesse por perto. Nesta época, eu tinha terminado meu primeiro relacionamento longo e estava solteiro. Esse colega, que vamos chamar de Fabinho, fazia uns comentários de duplo sentido, que às vezes davam a entender que tivesse interesse em mim. Bom, nunca tive uma boa percepção da minha imagem e na dúvida, sempre acho improvável que alguém esteja a fim de mim. Segui o jogo, normalmente. 

Certo dia, na época que se usava Facebook, vi o Fabinho postar algo no status e um garoto chamado Ícaro comentar. Fui no perfil do garoto e UAU! Que atraente! Pedi pro Fabinho me apresentar. Ele disse que não, e " que não era pro meu bico ". Não sei se o comentário era por ele achar o garoto areia demais pra mim ou por ser um ex de um amigo dele. Enfim, convenci o Fabinho a me marcar numa publicação com ele. E puxamos assunto. Bom, tivemos dois meses de bom sexo com este garoto Ícaro, e Fabinho ficou mudado. Notei que ele se afastou um pouco.

Meses depois, conheço um garoto muito interessante no Grindr. Começamos a conversar sobre diversos assuntos e ele pede pra me add no Facebook. Lá ele nota que temos um amigo em comum: o Fabinho! E esse boy me diz que Fabinho é como um tutor pra ele, etc. Hum... vamos averiguar. Puxei assunto com Fabinho sobre o garoto, dizendo que ele é muito maneiro. Fabinho solta essa :

- Já alertei ele sobre você !

Oi? Como assim? Pergunto sobre o que alertou. E ele não explicou. O carinha lá simplesmente parou de falar comigo. E me afastei do tal Fabinho, de vez. Que parada bizarra. 

2- Uma ex amiga que reencontro após 15 anos :

Diani e eu, tivemos um relacionamento curto na pós adolescência, que virou amizade. Tivemos uma divergência de opiniões em 2009 e paramos de nos falar. Mas sempre senti falta das longas conversas que tínhamos, sobre tudo, na época do telefone fixo. Enfim, consegui achar o Instagram dela, depois de muito tempo. Lá, tinha um e-mail e resolvi enviar mensagem por lá. No e-mail, digo que em algumas coisas ela estava certa e perguntei se poderíamos voltar a conversar. Ela me adiciona no whatsapp e voltamos a ter as longas conversas de antes. Nisso, ela me mostra os vários caras que ela estava a fim, no momento e no dia seguinte, posta um story com um cara aleatório. Pergunto a ela quem era ( se era algum dos que me mostrou ) e ela me responde :

-  Agora você vai catalogar todos os meus amigos? Esse é o Gabriel, você conhece ele. É meu melhor amigo. Ele foi num rodízio em 2009 e você estava lá... 

E eu expliquei, que não lembro o que almocei ontem. Nisso, eu me lembrei que tinha suspeitas de que as amizades dela tinham ciúme da minha conexão com a Diani. E do nada, ela fica estranha.

No dia seguinte, ela diz que " não está preparada pra voltar a ter amizade comigo " e resolve cortar contato novamente. Que estranho, né? Bom, talvez, não...

3- A tia venenosa e ressentida :

Após o falecimento da minha mãe, mantive contato com alguns parentes que eu já não falava há tempos e achava que seria interessante trocar experiências sobre ela, com relatos de memória e até uma possível rede de apoio afetiva. Uma tia, irmã mais velha da minha mãe, que vou chamar de Leda, tem duas filhas. Uma dessas primas é a mais velha da família, eu sendo o segundo e a outra prima era a ovelha negra, como eu. A prima caçula era muito minha amiga e mudou muito após a partida da minha mãe. Inclusive é uma outra idéia de postagem : O quanto algumas pessoas que sempre quiseram achar uma brecha pra me atingir, acharam que eu estava enfraquecido no período de luto, pra tentar me atacar. Enfim, passei a falar quase nada com minhas primas e mais com essa tia. E essa minha tia perguntava o por que eu não estava falando com as filhas dela, sendo que elas nunca me procuravam. Falei que atualmente, só procuro quem me procura, salvo raras exceções. 

E nisso, uma tia mais nova, que todos da família diziam ser a errada, voltou a ter contato comigo, depois do que aconteceu com minha mãe, vamos chamar de Duda. Essa minha tia Duda tinha se desentendido com minha mãe e inclusive eu fui inclinado a cortar contato também. Longa história. Sendo que minha tia Leda, por não gostar da minha tia Duda, acha errado eu ter contato com ela e dizendo que minha mãe não iria gostar. E toda vez que eu deixava claro que minha tia que eu fiquei 20 anos sem falar era a que me entendia e me apoiava, essa tia Leda ficava irritada.

Mês passado foi aniversário da minha mãe, o terceiro sem ela aqui. Resolvo compartilhar uma foto com alguns parentes, entre eles, minha tia Leda. E ela me responde:

- É, meu sobrinho. Tava falando agora com sua prima Alice sobre isso. Que tristeza !

E eu pensando, mas é sobre minha mãe, né? Onde eu entro? E ela completa:

- Inclusive sua prima perguntou por você !

E eu respondo dizendo que ela tem meu contato, que não precisa terceirizar esse tipo de pergunta. Nisso, minha tia muda de assunto e que sente muita falta dessa minha prima, que se mudou pra Portugal. Nisso, eu digo a ela, já sabendo do contexto (minha prima não aturava mais a própria mãe e deixou tudo pra trás ), que nossa estrutura familiar é de rupturas: de irmãos, pais, filhos, sempre em conflito, um puxando o tapete do outro, dando calote, agressões, etc. Que tirando minha tia Duda, era tudo mais do mesmo.

E minha tia Leda resolve abrir a caixinha de ferramentas, dizendo que eu " estou assim agora " porque sempre me achei melhor que o resto da família, que nunca respeitei minha avó e nem minha mãe. E começou a apelar mesmo. Nisso ela emenda dizendo que é por esse meu jeito que " as pessoas tem medo de me procurar ". E parei por aí, até rindo um pouco. Sabe aquela deturpação da realidade que todo manipulador faz? Mas é tão rasa, tão superficial, que é digna de riso. E ela deixa transparecer a opinião que sempre teve sobre mim e que sempre vomitou nas pessoas, inclusive pra minha mãe.

Conclusão :

O que os 3 casos tem em comum? Pessoas com algum incômodo, em relação a mim, que não conseguem resolver e ou se apoiam na opinião de terceiros pra ter a própria ou distorcem a realidade pra tentar " fazer minha caveira ", como se eu me importasse. Sinceramente, as únicas pessoas que eu me importo com o que pensam, verdadeiramente, sobre mim, era minha mãe e hoje, meu companheiro. O restante, pode pensar o que quiser. Pensar, é grátis e não me importo nem um pouco. E pensar que, nesta altura do campeonato, alguém ainda tenha tempo e energia livres pra fazer alguém não gostar de outra pessoa.  Realmente, o que cada um faz do tempo ocioso que lhe resta, é instigante! Por aqui, eu me afasto dos manipuladores baratos e, principalmente, nos que caem nas histórias que falam sobre mim. Esses são tão ou piores do que aqueles que bolam as mentiras.

 
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