quarta-feira, 9 de abril de 2025

Os 40 anos

 


No último dia 26/3, completei 40 anos. No aplicativo que simula uma troca de cartas, chamado Slowly, um garoto de 20 anos me perguntou :
- Como é ter 40 anos ?
Pensei em mil respostas. Mas a principal, prevaleceu : É não se levar tão a sério.
Isso porque muitas coisas que antes pareciam grandes problemas, hoje não passam de " dust in the wind ". Orgulhos desnecessários, achar que tudo se resume a vitória ou derrota... não é bem assim. Muitas derrotas, que pareciam ser acachapantes, não doeram tanto, enquanto muitas vitórias que prometeram uma grande satisfação, se mostraram vazias e com pouco sentido.

Ah, o que fiz no meu aniversário? Nada demais. Jantei num restaurante, com meu companheiro, meu pai e minha madrinha. Caiu numa quarta feira e foi difícil pra muitos amigos estarem comigo. Paciência. E não é nada demais. Acho hiper cafona grandes eventos pra comemorar estes múltiplos de 10, como se a pessoa fosse mega relevante, sabe? Acho simplesmente cafona e um gasto desnecessário de tempo, dinheiro e carisma ( os dois últimos, bem escassos por aqui rs ).

Minha rotina nos últimos anos tem sido confortável, a meu ver. Não tenho muito o que reclamar. Meu companheiro assumiu muitas tarefas domésticas que antes minha mãe me ajudava. A rotina se encaixou, de uma forma funcional. Ele tem estudado por EAD e posso me dar ao luxo de não precisar que ele trabalhe, por enquanto. Pro nosso nível de consumo, meu salário tem sido suficiente. Falta apenas uma melhor disciplina financeira, algo que nunca tive. 

Este aniversário é o 4° sem minha mãe, no plano material. É uma forma de ter noção do tempo, de como é efêmero e fugidio. Passou muito rápido. Desde dezembro, cessei o uso de antidepressivos, decorrentes do luto. Tenho tentado me virar sem eles e é uma redescoberta.

Voltei a falar com meu pai, depois de 2 anos e meio de hiato. Acho que foi bom pra ele se organizar mentalmente e das coisas que fazia errado. Temos um contato melhor, hoje em dia, com limites bem claros, pra ambos os lados. Nada de invasão de privacidade.

Esse ano também marcará meus 7 anos de relacionamento com meu atual companheiro, o que é algo a se comemorar muito, em tempos de relacionamentos extremamente frágeis e contaminados pelas falsas promessas das redes sociais e do capitalismo tardio.

Tenho procrastinado quanto aos estudos. Este ano tenho um TCC da pós em Ciências Humanas e já preciso entregar em julho. Ainda nem pensei no tema. Outra questão é o estágio em Ciências Sociais, que pedem pra elaborar e dar aulas de dois temas, como se fossem cursos online. Preciso entregar em 2025 também e não escolhi os temas. Tem também uns cursinhos da Alura e da Casa do Saber. Assino ambos e mal consigo acompanhar tanto conteúdo.

Estou terminando uma leitura, pegando um sol da manhã, em minha varanda, do maior pensador vivo, na minha opinião, professor Gilles Lipovetsky ( FRA ). Tive o privilégio de ter aulas com ele na minha pós na PUC RS e consegui trocar mensagens com ele no LinkedIn. Ele é crítico desse capitalismo, que esvazia nossa existência e soterra nossos valores. Acho super complementar ao pensamento de Bauman e também de Baudrillard. A capa do livro é muito simbólica pro meu momento: um balão, se desapegando de saquinhos de pesos desnecessários, pra seguir levantando vôo. Deixo minha recomendação.






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